A gente cresce aprendendo de uma forma indireta – e às vezes bem direta – a criar um checklist de realizações da vida adulta. Coisas como escolher uma profissão, fazer faculdade, ter casa, carro, emprego estável, filhos… e por aí vai. Para muitos desses itens, definimos até uma idade que consideramos ideal para realizar aquele feito. Gostamos de ter a sensação que temos esse controle em nossas vidas e que se seguirmos esses caminhos atingiremos o sucesso.
Não demora muito para descobrirmos que tudo isso é utópico, a vida não é uma programação de eventos, onde você tem o controle e definição de como cada coisa será, e se você pensar bem é até bom.
Se tudo que nós sonhamos na nossa adolescência se tornasse real, provavelmente você estaria em um casamento com aquele seu namoradinho que não valia muita coisa, mas que durou o tempo necessário para te ensinar lições de relacionamento.
Acredito que beleza da vida está em viver coisas além do que foi imaginado, em olhar para trás e ver que você criou um caminho que te agrade e te faça feliz de verdade, mesmo que esse vá totalmente contra o que era esperado inicialmente.
Te digo isso com propriedade. Propriedade de uma profissional de psicologia que vê diariamente mulheres transformando a própria realidade e criando novos caminhos para suas vidas com o autoconhecimento adquirido na terapia e também com a propriedade trazida pela minha vivência.
Em 2020 eu relatei essa vivência no meu primeiro texto para o Prateleira chamado Como superei não ser desejada pelo meu parceiro naquela época eu estava separada há 02 anos e agora eu quero te atualizar do que aconteceu nesses outros 02 anos que se passaram.
Vou começar relembrando um pedaço dessa história, mas te convido a ler ele após esse aqui.
Não importa o que a vida fez de você, importa o que você faz com o que a vida fez de você!
Aos 27 anos eu preenchi o checklist da minha vida (casamento, casa, carro, cachorro, emprego…), era estranho imaginar o quanto eu tinha isso tudo tão antes do que eu esperava e ia tudo bem até que me dei conta que aquilo ali jamais me faria feliz.
O casamento, mesmo que recém começado, não ia bem e por mais que eu quisesse, ele não estava afim de ser o marido que eu merecia. Foi difícil assimilar a ideia de que, para meu bem, eu teria que sair daquela relação, mesmo que eu ainda gostasse dele.
Foi um processo de reconstrução, resgate e auto acolhimento que me ensinou muito e me tornou uma mulher mais forte e ciente do meu valor e das minhas capacidades.
No meu relato eu disse que “me vi vivendo uma vida com muito mais sentido, sendo eu e reconhecendo meu valor e com um parceiro que faz o mesmo. Isso tem um valor inestimável. É engraçado quando penso que eu não imaginava minha vida sem aquele homem e agora eu não vejo sentido na vida que vivia com ele” . Desde então as coisas só se potencializaram:
- Eu mudei de país, estou morando na Itália – logo eu que eu não pensava nem em sair do meu bairro.
- Casei novamente, dessa vez com um homem que me deseja e me trata como o mulherão que eu sou.
- Escrevi um livro com a minha história, ensinando outras mulheres a encontrarem dentro de si forças para mudar as próprias vidas.
- Criei uma mentoria e um curso com o mesmo propósito.
- Convivo diariamente com a sensação de saber que eu escolhi os melhores caminhos da minha vida e sempre poderei escolher.
Hoje vivo uma vida que eu NUNCA imaginei e que construí baseada em cada experiência que vivi, me permitindo atualizar meus conceitos, gostos e formas de pensar. Adaptando tudo isso ao novo eu que estava sendo construído.
Na essência sou a mesma pessoa, mas agora – e cada vez mais – vivo da forma que mais faz sentido para o meu momento.
Para concluir quero reforçar que não somos reféns do que nos acontece e muito menos dos desenhos que imaginávamos para nossas vidas. É como dizia Sartre, que diz que “Não importa o que a vida fez de você, importa o que você faz com o que a vida fez de você!”
Você é a autora da história da sua vida, pegue ela pelas rédeas e tome decisões. Se o caminho atual não está fazendo sentido mude ele, não se prenda ao que não é bom para você. Se permita descobrir novos caminhos, cometa erros, seja ruim em algo novo… mas mude e se deixe encontrar novos rumos.
