Não se apegue a si mesma

Não se apegue a si mesma

Quanto eu tinha 18 anos resolvi fazer academia. Acho que frequentei aquele espaço cheio de aparelhos durante um mês, logo, abandonei. Por volta dos 24 eu tentei novamente e foi horrível! Aquelas repetições, aqueles movimentos sem sentido me cravaram uma certeza: “eu não gosto de academia”.

Carreguei esse pedacinho de autoconhecimento comigo durante 10 anos. Encontrando outras atividades físicas que eu gostava: Yoga, dança, natação, e tocando a vida. Não que eu fosse a pessoa super investida nessas coisas, viu? Ia, parava, voltava, fazia um tempinho, conforme a vida e o ânimo permitia.

Depois que virei mãe, pausei tudo. E voltando, aos poucos (e depois de muito insistir) finalmente aceitei o fato de que não curtia mais natação. Yoga também não me dava o barato de antes (aquele barato de quando seu corpo está recebendo serotonina).

E por força de uma lesão no joelho, me vi na necessidade de fazer treino de fortalecimento. Academia. Puxar peso. Musculação. Coisas que eu SABIA que não gostaria. Mas às vezes a vida é assim: a gente faz coisas que não gosta tanto, por um objetivo maior. Lá fui eu no objetivo de não ter que tomar analgésico todo dia.

Eu fui. (E agora uma pausa dramática) E eu AMEI. E sigo AMANDO!

Percebi também que algo parecido aconteceu comigo e com água com gás. Eu detestava. Aí um dia eu bebi, e de repente, eu gostava! E você pode estar pensando “Ok, Thais, agora tu é fitness e bebe água com gás, e que tem o artigo a ver com isso?”. Eu explico.

Você já mudou muito

Sua altura nem sempre foi a mesma. Talvez seu cabelo tenha mudado. Seu corpo certamente passou por mudanças. Até completarmos certa idade, as mudanças são esperadas. Sabemos que até o final da adolescência corpo e mente mudam.

O erro da nossa sociedade e talvez da forma como levamos a vida está em esquecer que CONTINUAMOS mudando. Estamos SEMPRE nos atualizando.

Por esse motivo, eu tenho certeza que algo parecido com o que eu contei lá em cima já aconteceu com você. Talvez você tenha falado para si mesma “nunca vou me apaixonar”, “eu não gosto de tal comida”, “eu quero distância de tal coisa”, “eu sou de tal maneira”.

E nisso, se formam verdades internas que te acompanharam por um tempo ou ainda te acompanham, e você fala a respeito dessas verdades com propriedade, mas, você tem conferido a validade dessas verdades?

Seu cabelo nem sempre será todo castanho, ou loiro – os brancos vem, ou a tintura vem. Seu esmalte favorito pode mudar. Seu estilo também. Suas tendências podem se alterar. Suas fraquezas e forças também.

Será que você ainda tem as mesmas necessidades afetivas? Será que ainda tem as mesmas prioridades? Será que seu posicionamento de carreira ou na vida ainda faz sentido?

Autoconhecimento não é só saber sobre você

Autoconhecimento não é uma lista de atributos que temos sobre nós mesmas, que nunca muda.

Autoconhecimento é sobre conhecer as suas tendências. É sobre a coragem de se observar e de fato descobrir coisas novas acerca de si.

Quando a gente se apega à uma ideia de quem somos, ficamos incapazes de ver nossas mudanças.

Quando não observamos as nossas mudanças internas, ignoramos nossas necessidades.

Quando ignoramos nossas necessidades, nos negligenciamos e podemos caminhar para crises existenciais que, aparentemente, “vem do nada”.

Por isso, não se apegue à sua versão atual como se fosse a única possível, até, porque, pode ser que já nem seja a mesma que você conhece tão bem.

5 Dicas para não se apegar a si mesma

1 – Todo dia faça algo diferente: pegue outro caminho de volta pra casa, escute um estilo musical diferente, coma algo novo, etc…

2 – Dê colo para qualquer pequeno incômodo: sempre se pergunte “isso que aconteceu, me impacta de que forma?”

3 – Diga mais “Sim” aos convites da vida: Seja ir numa balada que não é bem o seu estilo, seja assistir um filme que normalmente não veria. Tente.

4 – Escute os sinais internos: quando as coisas que normalmente nos fazem felizes ou satisfeitas começam a não ter o mesmo efeito, pode ser hora de explorar novos horizontes.

5 – Pense no seu processo de mudança como uma atualização de sistema operacional: pode acontecer a qualquer momento, normalmente te aprimora em alguns pontos, mas você continua sendo você.

Psicodesafie-se

A Psicodesafie-se ajuda mulheres a desenvolverem seus plenos potenciais e melhorarem a forma de se relacionarem consigo e com o mundo ao seu redor. Trabalhamos para criar produtos que desenvolvam o seu potencial para melhorar sua autoestima, autocuidado e desenvolvimento pessoal. Para isso, usamos nossos conhecimentos de psicologia e terapias integrativas, tudo de forma socialmente responsável e ética, buscando alcançar o maior número de pessoas possíveis.

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