Ano novo, vida velha

Ano novo, vida velha

Começo dizendo que nesse texto não vou entrar na discussão da pandemia, porque acredito que cada um teve uma experiência diferente e as desigualdades sociais garantiram que pessoas não estivessem no mesmo barco e que outras sequer molhassem os pés na água. A ideia aqui é trazer uma reflexão sobre a expectativa de um ano novo que transforme sua vida à meia noite.

Dito isso, bora refletir:

Entra ano, sai ano e a sensação sempre é a mesma por ai? Dá vontade de responder a famosa pergunta da Simone com um “Eu fiz o que deu e quase que não dá nada”?

É sobre isso que eu quero falar com vocês no último post desse ano no Prateleira. Entramos no clima de festas com a exaustão de um ano inteiro e a expectativa que depois das uvas passas e perguntas sobre o pavê e namoradinhos possamos começar o ano seguinte do zero.

De alguma forma, acreditamos que é só apertar o reset, criar a lista de planos para o ano seguinte acreditando que ele será melhor que o anterior, também vivenciamos o desejo de sermos mulheres melhores, com mais conquistas e sem as culpas que carregamos dos anos anteriores.

Tudo bem que vivenciar ciclos de encerramento, planejar o futuro e ter expectativas boas dele, faz muito bem para nós, mas não é saudável jogar no ano novo (ou qualquer ciclo novo de vida) a responsabilidade por tudo mudar. Só a Cinderela se transforma depois da meia noite e nem é para voltar a ser quem já era – ninguém vira alguém novo na virada!

O ano pode ser novo, mas seremos as mesmas pessoas dia 01 de janeiro, com as mesmas características que nos ajudaram ou atrapalharam no ano anterior. E com isso não quero que você se desanime e não faça planos, mas comece a fazê-los de forma realista e amigável, lembrando que só você pode concluí-los.

Que tal, ao invés de ignorar o ano que passou e virar a página para o novo com essa pressa toda, parar um pouco para refletir o que esse ano representou para você, social e individualmente? Pergunte-se o que teve de bom, o que teve de ruim, quantas coisas você viveu, o que aprendeu. Vai por mim, tem muita coisa para se pensar!

Uma dica de como fazer isso é usar suas redes sociais. Reveja o histórico de janeiro até agora, relembre os detalhes dos meses, vá além das lembranças mais recentes ou mais fortes. Você vai perceber que tem muito mais coisa na balança. Seu ano não foi só de promessas não realizadas, também teve muitas coisas não planejadas que você fez e planos que repensou.

Outro exercício legal é pensar naquela versão sua do início do ano. O que diria para ela sobre o que foi vivido? Provavelmente aquela versão ficaria mais animada com as suas conquistas que você hoje. Isso porque existe a tendência de diminuirmos tudo que fizemos ao longo do ano e olharmos apenas para o que faltou.

Essas reflexões vão ajudar você a enxergar de forma mais justa consigo o que foi o ano atual. A partir disso, é possível perceber o que pode fazer para no próximo ano cumprir aquelas coisas que ainda permanecem na lista e parar de colocar na troca de calendário toda a esperança de mudança, porque essa já está acontecendo diariamente, conforme você se conhece melhor, acolhe seus medos e respeita seus limites, usando tudo isso a favor de si.

Espero ter ajudado com as reflexões de fim de ano e nos encontramos aqui em 2021 para muitas outras reflexões com toda a equipe do Prateleira. Boas Festas a você e todos que te cercam!

Psicologa Debora Barros

Debora Barros

Psicóloga
Apoiando a transformação da sua autoimagem e melhora da sua autoestima.
11 93300-9142

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