Me deixa ser cientista

Me deixa ser cientista

Existem diversas barreiras que dificultam o acesso de pessoas da periferia à carreira científica. Uma delas é a desigualdade socioeconômica, que muitas vezes impede o acesso à educação de qualidade desde a infância. As escolas públicas, ainda que se esforcem, não conseguem oferecer a mesma qualidade de ensino que as escolas particulares, o que pode prejudicar o desempenho escolar e o interesse em seguir a carreira.

Além disso, muitos jovens da periferia precisam trabalhar desde cedo para ajudar em casa, limitando o tempo disponível para o estudo e o envolvimento em atividades extracurriculares. A falta de referências de cientistas e pesquisadores vindos de origens semelhantes também pode desestimular os jovens da periferia a seguirem essa carreira.

Outra barreira importante é a falta de recursos e oportunidades de acesso à pesquisa e à formação acadêmica. A maioria das universidades públicas, onde estão concentrados os principais programas de pesquisa do país, estão localizadas em áreas mais centrais e não são acessíveis para muitos estudantes da periferia.

Além disso, muitos jovens não têm condições financeiras para arcar com os custos de uma formação acadêmica, que incluem livros, materiais de estudo e cursos preparatórios para vestibulares e concursos. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é uma das principais agências de fomento à pesquisa no Brasil, responsável por conceder bolsas de estudo para estudantes e pesquisadores em diversas áreas do conhecimento. Como toda política pública, a atuação do CNPq está sujeita a pontos positivos e negativos que podem afetar o desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Com o papel fundamental na formação de novos pesquisadores e no incentivo à produção científica no Brasil, as bolsas de estudo concedidas pelo conselho permitem que estudantes e pesquisadores possam se dedicar integralmente à pesquisa, sem se preocupar com questões financeiras., isso é essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias, descobertas e avanços na ciência, procurando enfrentar desafios que promovam a igualdade de oportunidades na educação e o acesso à pesquisa e à formação acadêmica.

As bolsas de estudo concedidas pelo conselho são essenciais para a formação de novos pesquisadores e para o avanço da ciência e a possibilidade de vir das comunidades um cientista. No entanto, a falta de recursos financeiros e a excessiva burocracia são pontos negativos que precisam ser enfrentados para que o CNPq possa cumprir plenamente sua missão de fomentar a pesquisa no Brasil. 

É fundamental haver um comprometimento político para garantir o investimento adequado em pesquisa e tecnologia, para promover o desenvolvimento científico e tecnológico do país, e ainda que a ciência e a tecnologia sejam vistas como investimento, e não como despesa, e que todos tenhamos igualdade de oportunidades para podermos continuar avançando com esperança para o desenvolvimento do país.

Até a próxima! Vania Rodrigues

Vania Rodrigues

Vânia Rodrigues

Vania Rodrigues, 40 anos, negra, periférica. Filha de pais semi analfabetos, vindos do nordeste do Brasil. Formada em Letras Português Inglês e Pedagogia, pela universidade Metodista de São Paulo, com especialização no ensino de Língua Portuguesa pela Universidade estadual de Campinas UNICAMP, cursando o último ano de Ciências Políticas pela universidade Cruzeiro do Sul. Atualmente, assessora de Articulação Política da deputada Tabata Amaral e coordenadora do Projeto de Voluntários do mandato. Voluntária na Educafro – Cursinho pré vestibular para Afrodescendentes e Carentes e Instituto Vamos Juntas – movimento suprapartidário que visa a Inclusão de mais mulheres na política.
Colunista do projeto Odara Conecta – projeto de empoderamento da mulher negra.

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