Pense na seguinte situação: você se candidata a uma vaga na sua área na empresa dos seus sonhos, é convidada a participar do processo de seleção, é aprovada com louvor, recebe uma proposta super atrativa e… agradece pela oportunidade, mas decidiu ficar no seu emprego atual.
Se identificou? Mesmo que não tenha acontecido com você, saiba que é mais comum do que se imagina. Recrutadores de plantão também provavelmente já encararam um declínio sem entender exatamente os motivos que fizeram a pessoa desistir da oportunidade.
Em pesquisa feita com 500 profissionais em 2021, o InfoJobs apontou 4 principais motivos que fazem um profissional desistir de uma vaga de emprego:
- Divergência de informações entre a proposta e o contato com o recrutador (35,7%)
- Salário incompatível com o mercado de trabalho (31,4%)
- Percepção negativa da empresa (18,8%)
- Insegurança para preencher a vaga (10,3%)
Considerando que em nossa situação hipotética, todos os itens foram satisfeitos e ainda assim a pessoa desistiu, vamos nos concentrar no motivo 4, insegurança para preencher a vaga.
Outra pesquisa pode nos ajudar a colocar ainda mais luz sobre a situação. Segundo pesquisa divulgada pelo LinkedIn no começo de 2019, quase 80% dos profissionais brasileiros não se aplicam a uma oportunidade de emprego que desejam por algum tipo de insegurança.
Se já na hora de se candidatar a uma vaga a insegurança está presente, ela pode muito bem acompanhar muitos profissionais até o final do processo de seleção. Os principais motivos? Vejamos abaixo o que mostram os dados:
- Medo de que o novo emprego seja pior que o atual (18%)
- Apreensão por aceitar um novo cargo (16%)
- Não querer desapontar o atual empregador (15%)
- Medo de rejeição e de não ser bem-sucedido (14%)
- Não ter experiência suficiente (13%)
- Medo da perspectiva de mudança (12%)
- Não poder alterar sua rotina para participar de processos seletivos (10%)
Aqui estamos falando a respeito de pessoas candidatas ativas, que estão em busca de vagas de emprego e se candidatando a elas (ou não, como já vimos acima). Quando trazemos esta perspectiva para aqueles profissionais que não estão em busca de oportunidades, os chamados candidatos passivos, a situação pode ser ainda mais crítica, considerando que mais de 70% das pessoas que as empresas buscam para preencher as suas vagas já estão empregadas.
Seja na hora de decidir se candidatar a uma vaga, ao ser abordado no LinkedIn por uma empresa ou na hora de aceitar uma proposta de emprego, entenda-se enquanto profissional, saiba reconhecer os seus méritos, a sua capacidade, o que realmente deseja para a sua carreira e não deixe de conversar sobre as suas inseguranças, seja com a sua gestão atual, seja com a empresa que está ofertando a oportunidade ou com profissionais especializados em consultoria de carreira.
Se me permitem uma opinião pessoal (nem tão pessoal porque diversas pesquisas corroboram com esta visão), enquanto recrutadora, uma das razões que mais ouço de pessoas candidatas em busca de um novo emprego é a oportunidade de desenvolvimento profissional. Muitos destes mesmos profissionais acabam se curvando à insegurança e permanecem na empresa que não oferece esta perspectiva de crescimento ou até naquelas que passam a valorizar o profissional somente quando estão sob o risco de se demitirem.
Reflita se você está sendo justo com você mesmo e com a sua carreira e não tenha medo de dar aquele passo decisivo. E lembre-se: esperar a “hora certa” pode fazer você ficar sempre esperando.