Nossas máquinas não devem ser nada além do que ferramentas para empoderar ainda mais os seres humanos que as usam.
Estamos vivendo um momento especial: a revolução digital e relação humano-tecnologia. Essa fase requer uma adaptação extremamente rápida e o maior desafio será como nos capacitar sem perder a essência humana. Reflexão sobre propósito, visão, missão, ética e empatia é o que nos diferencia das máquinas.
Nem tudo é sobre tecnologia, mas tudo é sobre pessoas. Um dos grandes desafios, como em qualquer revolução, são as pessoas, pois inicialmente a tendência é de encantamento e não com os efeitos em nós como humanidade, pensando em quais possibilidades e ameaças elas representam.
Um novo relatório do McKinsey Global Institute (MGI), The future of women at work: Transitions in the age of automation (PDF–2MB), indica que, se as mulheres realizarem essas transições de trabalho, poderão ser mais bem remuneradas e mais produtivas. É possível que entre 40 milhões e 160 milhões de mulheres precisem mudar de trabalho até 2030, muitas vezes assumindo funções de maior qualificação, conhecimentos e novas habilidades.
A possibilidade de sermos substituídos por robôs e por negócios de modelos mais disruptivos nos faz refletir sobre o papel da humanidade. Constantemente alguém me pergunta: Você acha que os robôs vão substituir os humanos? E minha resposta é: Não! Em nenhum outro momento da história o homem teve tanto poder sobre si e tudo que o cerca. Nesse caminho de avanço tecnológico, a singularidade humana nos fará evoluir drasticamente.
Cada vez mais os robôs estão sendo humanizados e os seres humanos deixando de ser robotizados. Temos que começar a pensar sobre o que querermos construir e quais os principais problemas a serem resolvidos para a humanidade. Tudo parece perfeito quando se fala de alta tecnologia, mas o que de fato a torna perfeita é quando ela anda de mãos dadas com o ser humano. Nesse contexto, apenas possuir informações não consiste mais em vantagem competitiva, pois elas mudam rapidamente e se tornam descartáveis. O empoderamento humano está na capacidade de desenvolver habilidades e se destacar constantemente resolvendo problemas em situações inéditas e criando novas oportunidades.
Os novos modelos de negócios, principalmente de startups, estão transformando as corporações e processos.
Nós e a tecnologia caminhamos juntos desde o início de nossa história. Criamos tecnologias e somos continuamente transformados por ela, em um ciclo evolutivo da humanidade. Tecnologia para empoderar pessoas? Sim! “Os humanos são o órgão reprodutor da tecnologia” + “Tecnologia é a construção e uso social de ferramentas que expandem a capacidade de nossos corpos e mentes, inaugurando possibilidades inéditas para a humanidade.”
Se você pensa que a inteligência artificial (I.A) é algo do futuro ou que está apenas nos filmes de ficção científica (os meus preferidos), é hora de repensar, pois já é uma realidade e faz parte do nosso dia a dia. A revolução digital veio para transformar as nossas vidas e a forma atual de como pensamos, nos comunicamos e vivemos. Em algum momento vamos nos questionar como fazíamos antes de toda essa tecnologia.
No entanto, por ser um assunto novo para a maioria das pessoas, é bem comum alguma confusão de informações e receio, mas estamos caminhando juntos e acompanhando a direção da evolução da humanidade que será decisiva para nosso futuro. Amedrontar-se com as transformações não é o caminho correto para tomar as melhores decisões e nem para se posicionarem nesse novo contexto. Esse avanço nos direciona ao progresso, pois podemos ter toda nossa comunicação voltada ao universo digital.
Os novos modelos de negócios, principalmente de startups, estão transformando as corporações e processos. Atualmente é possível identificar oportunidades e tecnologias exponenciais abrindo espaços para diferentes usabilidades e profissionais, ou seja, melhoria de processos utilizando a tecnologia para empoderar pessoas.
Refletindo sobre a velocidade do ciclo tecnologia e inovação, entendemos que não existe apenas uma única forma de falar sobre o assunto, e nem afirmar que toda inovação depende necessariamente de novas tecnologias. A inovação pode surgir de inúmeras formas, sendo a mais comum identificar possíveis ameaças ou falhas de processos e transformá-las em oportunidades, dependendo de um viés humano para melhorar algo existente.
Segundo Gartner, até 2020 os clientes vão administrar 85% de seu relacionamento sem falar com um ser humano. Em tempo de economia colaborativa o destaque está voltado para empreendedores e colaboradores criativos que pensam em produtos e serviços que possam ser compartilhados com qualidade, confiabilidade, e que fortaleçam experiências e o relacionamento digital. A realidade é que os consumidores fortalecem as marcas.
Nossa responsabilidade com a experiência do cliente só aumenta e nos faz repensar como inovar e automatizar processos diários para atingir a melhor experiência digital. Acredito que você, que está lendo essa matéria, já tenha conversado com um robô, seja ele um sistema de computador com reconhecimento de voz ou mesmo por texto, pois através da alta tecnologia eles conseguem conversar, coletar e analisar dados com uma precisão e velocidade praticamente inimaginável para os padrões humanos. Isso significa um aumento considerável na produtividade, que elimina o trabalho repetitivo, direcionando a equipe humana apenas trabalhos mais intelectuais que demandam maior raciocínio e sensibilidade.
Profissionais experientes no processo de atendimento e com conhecimento na jornada do cliente apoiam as equipes de tecnologia para obterem resultados no aprendizado das inteligências cognitivas.
É fácil entender esse movimento de digitalização crescente na área de atendimento ao cliente, pois as margens desses serviços estão cada vez menores com custos muito elevados. Com o avanço da tecnologia as centrais de atendimentos tendem a ter um número menor de pessoas. Entretanto, esses profissionais serão mais qualificados e com melhores salários, preparados para a revolução digital e aceitação da integração entre robôs e humanos.
Maioria em Call Centers de todo o País, as mulheres não poupam esforços e dedicação em sua jornada de trabalho, que em muitas das vezes, é dupla ou tripla.
Por fim, podemos assumir o poder da nossa atuação como indivíduo na revolução digital, desenvolvendo nossa capacidade humana para novas habilidades e atuar em conjunto com a evolução humanidade e tecnologia.
Os humanos se tornam indispensáveis para os trabalhos com mais complexidade e os robôs os apoiam com tarefas simples e de fácil resolução. Muitos dos profissionais procurados pelo mercado nessa área ainda nem existem e vejo uma perspectiva crescente para novos cargos e salários. Dessa forma, temos que observar como a tecnologia está impactando diretamente em nossos negócios, pensar em todas as possíveis rupturas em nossos processos diários, estar totalmente abertos a mudanças e desenvolver novas habilidades para estar um passo à frente.
Glaucia Cisotto
Empreendedora
Co-founder, CMO e Voice User Interface Designer na empresa Trestto Tecnologia e Inovação, especializada em Agentes Digitais humanizados com inteligência artificial e cognitiva preparados para compreender e conversar com humanos. Graduada em Gestão Empresarial Administração e Negócios, MBA em Marketing e Gestão de Clientes, Especialização em Transformational Design Thinking pela PUC, Estudando continuamente sobre Biomimética, Psicanalise e Neurociência. Seguindo no grande propósito de conectar pessoas e marcas, na revolução tecno-humana.
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Alice
4 anos atrásExcelente artigo, Glaucia! Nós mulheres, principalmente, precisamos nos aproximar mais desse entendimento sobre a tecnologia. Somos influenciadas na infância a brincar de boneca enquanto os meninos estimulados aos brinquedos robóticos, tecnológicos, moldando as preferências e entendimento sobre suas carreiras no futuro. Parabéns pela sua representatividade nesse segmento e por nos trazer essa visão humanística da tecnologia, que acaba se tornando um atrativo para muitas profissionais.